sábado, 29 de janeiro de 2011



      A glicose é a principal fonte de energia do organismo, porém, quando em excesso, pode trazer várias complicações à saúde. As diabetes mellitus é uma disfunção no metabolismo dos carboidratos e ocorre quando o pâncreas não produz nenhuma ou insuficiente insulina, ou quando a insulina produzida não funciona eficazmente. Nas diabetes, isto permite que os níveis de glicose no sangue sejam demasiadamente altos, já que o organismo não é capaz de utilizar o açúcar de forma efetiva e a glicose acumula-se no sangue.
        Parece lógico que a redução de carboidrato em uma dieta pode ser de grande ajuda quando lidamos com uma disfunção onde o corpo tem problemas em processá-los. Na verdade, muitas pessoas com diabetes descobrem que esse é o caminho, e alguns médicos estão tendo grande sucesso usando dietas low carb para tratar diabetes.
       Entretanto, as recomendações habituais para diabéticos incluem uma dieta que possui quantidades relativamente altas de carboidratos. Embora essas recomendações ajudem alguns, muitos outros portadores de diabetes e pré-diabetes acabam descobrindo que uma dieta low-carb é o único tipo de dieta rotineira que mantém os níveis de glicose favoráveis.
        A "American Diabetes Association” tem relutado em recomendar uma restrição significativa de carboidratos por muitas razões. Isso inclui preocupações relacionadas à dificuldade de se seguir essa dieta, e o consequente aumento das proteínas e lipídios ingeridos, o que pode vir a causar problemas de saúde. Entretanto, existem muitas evidências de que uma dieta low carb pode ser muito útil nos casos da diabetes tipo 2  (provocada  predominantemente por um estado de resistência à ação da insulina associado a uma relativa deficiência de sua secreção), como: a perda de peso (já que a glicose não passará a ser convertida em gordura), redução dos níveis de glicose no sangue,e, às vezes, consideráveis reduções nos níveis de triglicerídeos.
           Manter a glicemia sanguínea é o mais importante meio de prevenção das complicações associadas à diabetes. Assim, tudo indica que adotar uma dieta low carb de um modo saudável pode contribuir para manter os níveis de glicose no sangue estáveis.






Por: Larissa Paixão 
       

            Por apresentarem uma maior necessidade de energia devido ao gasto energético elevado, os atletas necessitam de um adequado consumo nutricional.  A Sociedade Brasileira de Medicina Esportiva recomenda que 60% a 70% da dieta de um atleta provenham de carboidratos, mas muitas vezes essas taxas não são atingidas, ocorrendo uma inadequação nutricional.
            A importância dos carboidratos na performance de atletas se deve ao fato de eles manterem as taxas de oxidação de glicose durante o exercício físico, auxiliando assim na manutenção do glicogênio hepático e muscular, além de reporem as reservas glicogênicas durante a recuperação e melhorarem as respostas imunes.
            Recomenda-se o consumo de carboidratos antes, durante e após o treino, mas em diferentes quantidades e proporções. Algumas horas antes do treino podem ser consumidos carboidratos simples ou complexos. Nos períodos mais próximos as atividades, deve-se evitar o consumo de carboidratos, para que não ocorra uma hipoglicemia após o pico glicêmico ou um desconforto estomacal.                       

            Durante o treino, podem ser necessário o oferecimento de soluções contendo carboidratos, que deve apresentar concentrações de 6-8%. Após essas atividades, é recomendado o consumo de frutose para a reposição do glicogênio hepático e da glicose para o glicogênio muscular;
            Muitos fisiculturistas aderem dietas com restrição deste macronutriente em períodos próximos às competições, com o objetivo do aumento da massa muscular, o que muitas vezes pode diminuir o potencial dos treinos e resultar em deficiências nutricionais.
            Estudos revelam uma inadequação nutricional em vários grupos de atletas, o que pode ser preocupante. É muito importante um acompanhamento nutricional, para que ocorra além de um excelente desempenho, uma manutenção da composição do corpo e da saúde.
 



Fonte:


        Fadiga muscular central define-se por um erro na condução do impulso nervoso causando uma redução no número de unidades motoras ativas e redução na freqüência de disparos dos motoneuronios. O mecanismo muscular esta associado a estímulos provenientes do cérebro, logo, esse é um dos principais motivos para a redução no desempenho físico de atletas, e sua principal conseqüência é a diminuição da capacidade funcional devido a estímulos repetidos e prolongados de esforço.
Seus principais sintomas são:
  • Respiração forçada;
  • Fraqueza muscular;
  •  Perda na coordenação motora;
  •  Alterações comportamentais; 
  • Perda da lucidez;
  • Redução da atenção.
        Acredita-se que um dos motivos desse tipo de fadiga derive da degradação das reservas energéticas de glicogênio durante dietas cetogênicas e do aumento da gliconeogênese em função da oxidação de aminoácidos  resultando no aumento da concentração de amônia plasmática.Esse auumento na amônia plasmático é causada pela combinação do exercício físico e dieta cetogênica . Durante o exercício físico, a utilização de aminoácidos como fonte de energia para a ressíntese de ATP pode contribuir com 5 a 10% do total de energia utilizada proveniente de reações gliconeogênicas, a concentração de amônia depende da concentração de glicogênio. A depressão do glicogênio pode elevar a a atividade do catabolismo de aminoácidos. 
      Pode-se afirmar que as dietas cetogênicas estão ligadas a reduções das reservas energéticas de glicose (glicogênio) e utilização da degradação de triglicerídeos armazenados nos adipócitos como principal fonte de energia para o organismo. Esse processo está  indiretamente associado a mediadores da fadiga, queda do desempenho físico, cansaço, e alterações no humor durante o exercício.
Juntamente com as diminuídas reservas de glicogênio, um outro fator que pode ser um dos responsáveis pela diminuição do desempenho físico durante as dietas cetogênicas é a hiperamonemia (excesso de amônia no organismo), não existe ainda uma causa definida para esse fato, mas uma explicação hipotética forte é que no exercício há uma diminuição do glicogênio muscular (ele entra em glicogenólise para fornecer energia para usufruto dele mesmo), causando o declínio dos intermediários do ciclo dos triacilglicerois (TCA).
         Alguns fatores desequilibram a homeostase do organismo, um deles é a falta de glicogênio causado pela realização de dietas low carbs. Juntamente com todas essas justificativas, a hiperamonemia promove um desequilíbrio nesses neurotransmissores e acidose metabólica (explicado no post anterior), deixando o cérebro mais vulnerável a elevação da amônia. Esses fatores estão correlacionados a fadiga central e muscular.

Fonte : Westman EC, Mavropoulos J, Yancy WS, Volek JS. A review of low-carbohydrate ketogenic diets

Por: Arícia Kostouros
             
           A epilepsia é uma doença neurológica crônica caracterizada por crises convulsivas recorrentes. Ocorre uma descarga excessiva e sincrônica dos neurônios no córtex cerebral e o indivíduo pode apresentar diversas manifestações, dependendo da região do córtex onde se inicia a descarga e de sua velocidade.
            A Organização Mundial da Saúde estima que 50 milhões de pessoas já apresentaram ao menos uma crise epiléptica. Elas geralmente são curtas, durando segundos ou minutos e acabam espontaneamente. Apesar de existirem remédios para essa doença, em alguns casos não ocorre resposta ao tratamento. Essa “epilepsia de difícil controle” acontece quando as convulsões de um indivíduo são refratárias a pelo menos dois medicamentos. Nesses casos, a dieta cetôgenica pode ser uma alternativa, pois os remédios já não são uma opção.
            Essa dieta é composta por uma quantidade abundante de lipídeos, moderada em proteínas e com baixíssimas quantidades de carboidratos, na proporção 4:1 (lipídeos/proteínas e carboidratos), apresenta também restrição de líquidos. Como a obtenção de energia é gerada praticamente a partir de lipídeos, ocorre como conseqüência um aumento da cetogênese, produzindo assim os corpos cetônicos, gerando uma acidose induzida. Observando-se que pacientes com epilepsia apresentam suas crises mais controladas na acidose metabólica induzida pelo jejum, pode-se perceber que a dieta cetogênica seria uma alternativa interessante no tratamento de crianças e adultos.
            Jong Rho, pediatra neurológico na universidade de Calgary afirma que os corpos cetônicos protegem as células cerebrais de serem danificadas. Outros estudos sugerem que a Cetose pode aumentar a estabilidade neural e os níveis de GABA nos terminais nervosos. Mas, diversas pesquisas estão sendo realizadas na tentativa de respostas para essa questão.
            A dieta cetogênica geralmente não é recomendada para adultos, pela necessidade de uma alteração significativa do estilo de vida. Mas, em estudos realizados em 2008, no centro de pesquisas médicas do hospital Johns Hopkins, 30 pessoas com “epilepsia de difícil controle” de 18 a 53 anos foram observadas seguindo a dieta modificada de Atkins.
            Essa dieta, apesar de também induzir Cetose, é menos rigorosa que a dieta cetogênica, restringindo os carboidratos para 15g diárias, mas com uma quantidade de proteínas e lipídeos não tão controlada. Também não necessita de uma restrição de líquidos e pesagem de alimentos. Como resultado, 47% deles tiveram uma redução de mais de 50% dos ataques epilépticos após um a três meses de dieta e 33% deles após seis meses. Concluiu-se então, que a dieta modificada de Atkins demonstra eficácia preliminar para adultos com epilepsia intratável, mostrando-se eficaz assim como a dieta cetogênica.
            Algumas conseqüências podem ser geradas a partir do início da dieta cetogênica, como vômitos, diarréias e desidratação. Em longo prazo, existe 3-5% de chance de o paciente vir a desenvolver cálculo renal, 29-59% de chance do desenvolvimento de hipercolesterolemia e 2% de hiperuricemia e hipocalcemia.  
            Ao iniciar uma dieta cetogênica ou uma dieta de Atkins modificada é de extrema importância o acompanhamento médico, pois a cetoacidose por longos períodos pode ser fatal. Além disso, em dietas com restrição de carboidratos, ocorre simultaneamente a perda de massa magra a partir da gliconeogênese.

Fonte:
Por: Jéssica Pedroso

A DC -rica em lipídios, moderada em carboidratos e pobre em carboidratos- existe como tratamento para epilepsia desde a década de 20. Desenvolvida por Wilder, a DC foi perdendo relevância com o advento de drogas antiepilépticas. Ao longo dos anos, esses tratamentos se mostraram menos eficazes do que esperado, então, nos anos 90, a DC foi resgatada como importante opção.

  • Quando ela é indicada?
Indicada no tratamento alternativo para epilepsia de difícil controle, a DC é comumente utilizada em crianças com idade superior a 1 ano.
Ela pode ser utilizada por pacientes de qualquer idade, sendo que quando aplicada em crianças menores de 1 ano, o controle deve ser mais rigoroso. Em adolescentes e adultos, seu resultado parece ser menos eficaz.

  • Qual o mecanismo de atuação?
Apesar de controverso, o mecanismo pelo qual se acredita que a DC suprime as crises é a influência no metabolismo cerebral causada pelo aumento na formação dos corpos cetônicos.
Os corpos cetônicos atravessam a barreira ematoencefálica e servem como substrato para o ciclo de Krebbs e a cadeia respiratória no metabolismo cerebral. Estudos indicam que essas substâncias protegem os neurônios inibindo a apoptose das células hipocampais.
  • Eficácia
Muitos estudos foram realizados acerca da eficácia desse tratamento. A maioria chegou ao resultado de que a DC proporciona uma melhora de 70 % na frequência das crises epilépticas. O que é um ótimo resultado, quando comparado a eficácia de 30% apresentada pelas drogas antiepiléticas.
  • Controle
Por esse tratamento ser uma dieta que restringe um grupo alimentar importante, ela pode ocasionar efeitos colaterais significativos, assim, é necessário que sempre haja acompanhamento profissional para a implementação e uso do tratamento.





 Por : Marcelo Matos


Um dos maiores problemas de saúde enfrentado nos dia de hoje é a obesidade. Essa doença, considerada epidêmica pela Organização Mundial de Saúde, chega afeta cerca de 20 a 50% da população adulta dos países ocidentais. Esses dados se tornam mais relevantes quando se atenta para os problemas de saúde correlacionados à obesidade: Diabetes Mellitus II, hipertensão e problemas cardiovasculares.
O principal tratamento para obesidade é a perda de peso. As dietas cetogênicas (DC) prometem proporcionar essa perda melhor do que qualquer outra.
     Pensa-se que a perda de peso que se faz sentir logo no início da dieta se deve à perda de água ocasionada pela quebra do glicogênio muscular induzida pela falta de glicídios no sangue. Após essa perda inicial, fica evidenciada uma diminuição na quantidade corporal de massa gorda correlacionada a baixos níveis insulínicos que estimulam a lipólise, entretanto, a manutenção a longo termo não é eficiente. 
                Efeitos negativos da dieta
                Um sério ponto negativo repetidamente pronunciado pelos contrários à DC é o aumento da probabilidade do desenvolvimento de diabetes melitus e de doenças cardiovasculares causados pelo excesso de lipídios e de proteínas na dieta.
                As DC são uma boa alternativa para o inicio do tratamento, com um bom resultado de perda de peso, mas não são viáveis para a manutenção a longo prazo, pois essas dietas não ensinam hábitos alimentares saudáveis a longo prazo. A eliminação de um importante grupo alimentar, os carboidratos, a torna uma dieta de extremos.

Fonte: CORREIA, Maria João - DIETAS CETOGÉNICAS E A OBESIDADE
Por: Marcelo Matos

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011


 1) Breve definição de corpos cetônicos e como são gerados
Corpos cetônicos são produtos da oxidação de lipídeos que são formados em mitocôndrias do fígado e do rim durante jejum prolongado. O acetil-CoA é produzido a partir da reação de catabolismo de ácidos graxos e aminoácidos. São liberados em organismos que estão em jejum prolongado ou em dietas descarboidratadas (baseadas em proteína e lipídios), caso estejam presentes em altas concentrações podem provocar o desequilíbrio homeostático do organismo. Os corpos cetônicos mais comuns são:  ácido acetoacético e seu produto de redução: β-hidroxibutirato. No processo de oxidação dos lipídeos uma pequena quantidade de acetil-CoA é transformada nos corpos cetônicos citados acima ( ácido acetoacético e  β-hidroxibutirato) e são aproveitados como fonte de energia pelos tecidos extra-hepáticos.
  •  Nas dietas low carbs, o processo de conversão dos ácidos graxos do tecido adiposo realizada pelo fígado é o que acontece. “A presença desses corpos cetônicos na urina é um método prescrito para determinar o estado metabólico durante a dieta”. Lembrete: uma pequena quantidade de carboidratos na dieta reprime a síntese de corpos cetônicos, pois inibem o processo de degradação dos lipídeos (lipólise) nos adipócitos.
  •     Enquanto a concentração de corpos cetônicos sobe no sangue, uma parte é excretada na urina, e outra é liberada pela respiração.
Num processo normal do organismo, apenas uma quantidade muito pequena de acetil-CoA é convertida em corpos cetônicos no fígado. Para a oxidação padrão do acetil-CoA pelo ciclo de Krebs é necessária a presença de um certo nível de oxaloacetato. Na ausência de carboidratos a concentração de piruvato é reduzida então ocorre sua conversão em oxaloacetato obtido a partir de aminoácidos. Essa baixa concentração de oxaloacetato, reduzindo a velocidade de oxidação de acetil-CoA pelo ciclo de Krebs provoca a acumulação e condensação formando os corpos cetônicos.
Acetoacetato
Acetona
β-hidroxibutirato


2) Cetose
A redução drástica da ingestão de carboidratos a partir das dietas low carb estabelece a condição de Cetose no organismo. Recapitulando: A Cetose surge quando a oxidação de glicose é suprimida e a lipólise é acelerada. Cetose é um processo normal que ocorre no organismo de um indivíduo toda vez que ele encontra-se em jejum. Porém, quando o indivíduo passa um longo prazo em jejum ou no caso, sem ingerirem NADA de carboidrato, a concentração de corpos cetônicos cresce muito no organismo. Estudos comprovam que caso haja um desses dois processos de forma prolongada no organismo, o acetoacetato e β-hidroxibutirato substituem a glicose como fonte principal de energia no organismo.

3) Acidose (cetoacidose)
 Um problema grave que pode ocorrer, é que caso os corpos cetônicos citados forem liberados em grandes quantidades para o sangue, eles podem acabar ocasionando uma diminuição drástica no pH sanguíneo o tornando mais ácido que o padrão, provocando a chamada “acidose metabólica” que é perigosa, que se for muito intensa leva o indivíduo a óbito. 

Fonte: BAYARDO, Bioquímica Básica
DEVLIN, Manual de bioquímica com correlações clínicas

Por: Arícia Kostouros

              Cuidados que devem ser  tomados por um indivíduo que adota qualquer dieta que envolva alta perda de pesa num curto período de tempo. As dietas low carb merecem uma atenção especial para esses efeitos colaterais para que não haja um desvio na homeostase do organismo humano.  Seguem abaixo alguns efeitos colaterais das dietas low carb :
  • 1)      Produção elevada de Cetose ( esse tema anteriormente abordado com pouca profundidade será definido mais detalhado no post seguinte pois merece uma atenção especial. )
  • 2)      Sobrecarga do fígado
O cérebro utiliza como principal fonte de energia os carboidratos (glicose), ele .  Porém, as dietas low carb sugerem baixa ou nenhuma ingestão de carboidratos. Num processo normal de alimentação, o organismo realiza um processo de glicólise para produzir glicose. A glicose é a fonte exclusiva de energia que o cérebro utiliza para si. Na ausência dos carboidratos (glicose) em nosso organismo,  inicia-se um processo de gliconeogênese, que é a produção de glicose a partir de outros compostos que não são glicosídicos (no caso, quebra de aminoácidos e dos triglicerídios dos adipócitos) esse processo é válido, porém é mais lento e bem menos eficiente se comparado a utilização de glicose para a obtenção de energia, ocasionando a quebra de seu ciclo bioquímico padrão. Esse processo é realizado apenas pelo fígado e uma parte pequena dos rins. Caso isso ocorra frequentemente, o fígado ficará sobrecarregado podendo causar prejuízos futuros em seu funcionamento.
  • 3)      Efeito “sanfona”
É uma conseqüência comum de qualquer dieta imediatista, que envolva uma rápida perda de peso.  O problema não está na dieta, e sim, em como o indivíduo a realiza. Muitas pessoas, infelizmente, após perderem o peso desejado  abandonam a dieta e retornam aos seus antigos hábitos alimentares, que na maioria das vezes são incorretos. Uma vez que o corpo atinge um determinado peso, ele vai tornar-se “padrão”, logo, o organismo automaticamente realizará o máximo de esforço para retornar àquilo. Isso pode ser explicado pelo fato de as células gordurosas produzirem um hormônio denominado leptina, esse hormônio informa ao cérebro que os estoques de gordura estão preenchidos, e quando há uma perda de peso significativa os níveis de leptina diminuem e o cérebro compreende que é preciso ingerir mais comida para repor a quantidade de gordura no organismo. O organismo necessita de um tempo para acostumar-se com o novo peso.  
  • 4)      Alto consumo de lipídeos
 O corpo humano não possui nenhuma tática de armazenamento de aminoácidos no organismo, logo, ele armazena lipídios nos adipócitos na forma de triglicerídeos como reserva energética, no entanto, o alto consumo de lipídeos pode provocar algumas patologias associadas ao alto índice de gordura no organismo humano. O consumo de alimentos que possuem um alto índice de LDL (lipoproteína que transporta os lipídeos do fígado para os outros tecidos) pode ser um problema. A gordura consumida pode acumular-se nas paredes dos vasos sanguineos, obstruindo-se e prejudicando o fluxo sanguíneo, provocando doenças cardiovasculares como a arteriosclerose.  Estudos mostram também que o alto consumo de gordura aumenta risco de câncer de pâncreas.

Fonte: DEVLIN, Atlas de bioquímica com correlações clínicas.
Journal of the American Medical Association
Por: Arícia Kostouros

Cada vez mais, as pessoas se tornam conscientes da importância de se ter uma alimentação saudável e equilibrada. Se elas pretendem alcançar esse objetivo, adotar o vegetarianismo é uma das opções. A ingestão de alimentos ricos em proteínas e alguns carboidratos, como as carnes, não fazem parte da dieta vegetariana. Produtos a base de leite e seus derivados também não são consumidos por alguns vegetarianos, o que permite uma diminuição da ingestão de carboidratos. Porém, alguns alimentos consumidos por eles não possuem a restrição desse macronutriente, o que pode ser um grande problema se eles quiserem adotar uma dieta low carb. Comer pão (alimento rico em carboidrato) em muita quantidade, por exemplo, pode ser um dilema para esses vegetarianos.  
A dieta low carb reduz o consumo de carboidratos e aumenta a ingestão de proteínas, na qual as carnes se tornam parte das principais refeições. O que geralmente não é sempre aceito pelos vegetarianos.
Sendo assim, um vegetariano que pretende adotar a dieta low carb, deve consumir uma quantidade maior de ovos, tofu e queijos, alimentos ricos em proteína. E é aí que se encontra a dificuldade, pois a limitação das escolhas alimentares pode causar insaciedade. Mas algumas dietas low carb só restringem a ingestão de pão e produtos similares durante a primeira fase da dieta, depois de um tempo, esses alimentos voltam a ser consumidos gradualmente.
         Outra maneira de se manter em uma dieta low carb sendo vegetariano é consumindo alimentos que apresentam somente carboidratos complexos. Esse tipo de carboidrato está presente na cevada, arroz integral e pão de trigo. Frutas e vegetais também são uma ótima maneira de manter a dieta low carb.

Por : Larissa Paixão

sábado, 22 de janeiro de 2011

                 
             A revista “Scientific American” publicou em maio de 2010 uma reportagem que revela estudos que mostram que carboidratos processados podem aumentar o risco de obesidade, diabetes e doenças do coração mais do que as gorduras saturadas.
                Em março de 2010, o “American Journal of Clinical Nutrition” publicou uma meta análise que comparava a dieta de 350.000 pessoas com seu risco de desenvolver doenças cardiovasculares um período de cinco a vinte e três anos. Com isso, foi concluído que não existe nenhuma relação entre a quantidade de gordura saturada consumida e o risco dessas doenças.
                De acordo com Meir Stampfer, professor de nutrição e epidemiologia na escola de saúde pública de Harvard, o problema da antiga lógica é que o colesterol total não prevê o risco de doenças cardiovasculares. Mesmo que as gorduras saturadas aumentem o nível de LDL no sangue, elas também aumentam o nível de HDL.
                Em 2008, Stampfer foi coautor de um estudo no “New England Journal of Medicine” que acompanhou 322 indivíduos moderadamente obesos por dois anos, enquanto eles adotavam uma de três dietas: uma low-fat, com restrição calórica e baseada na Associação Americana do Coração; a dieta mediterrânea, com restrição calórica, rica em vegetais e pobre em carne vermelha e uma low carb, sem restrição calórica. Mesmo que as pessoas que seguiram a dieta low carb consumissem a maior quantidade de gordura saturada, eles acabaram com proporções mais saudáveis de HDL para LDL e perderam duas vezes mais peso do que os que estavam em dietas com redução de gordura.
                Um estudo realizado em 1997 no “Journal of the American Medical Association” avaliou 65000 mulheres e descobriu que 20% delas, as que ingeriam os carboidratos de mais fácil digestão e com maior índice glicêmico possuíam 47% mais chance de desenvolver diabetes tipo 2 do que as 20% que ingeriam carboidratos com as menores taxas de índice glicêmico. A quantidade de gordura consumida por elas não influenciou o risco de diabetes.
                Esses estudos não concluem que podemos ingerir uma enorme quantidade de gordura saturada sem preocupação. Gorduras monoinsaturadas e poli-insaturadas (encontradas nos peixes e no azeite de oliva) protegem o corpo contra doenças do coração. Também é inquestionável que carboidratos com uma grande quantidade de fibras trazem benefícios ao organismo. Mas, a descoberta de Stampfer sugere que as gorduras saturadas não são tão ruins como imaginávamos, e que os carboidratos processados podem ser piores.


 Por: Jéssica Pedroso

 

A relação entre o consumo excessivo de proteínas e possíveis danos renais tem sido estudada, porém não há estudos que comprovem que a alta ingestão de proteína alimentar cause danos renais em indivíduos saudáveis. De modo que mais estudos são necessários.
Porém, uma possível explicação para tal está no fato de os rins terem que eliminar o produto do metabolismo das proteínas, sabemos que os rins eliminam uréia, amônia e outros resíduos nitrogenados.  Dessa forma o consumo elevado de proteínas vem a aumentar a taxa de filtração glomerular, ocasionando um aumento da pressão dentro dos glomérulos. Com o tempo, isso pode fazer com que a função renal seja prejudicada progressivamente
Apesar disso, alguns autores acreditam que essas alterações ocorridas na função renal devidas ao elevado consumo de proteína são adaptações fisiológicas normais do organismo humano, certamente que dentro de um limite da capacidade renal. Um bom exemplo é o que acontece com as gestantes, que precisam aumentar sua ingestão calórica total, com conseqüente aumento da proteína alimentar, e como conseqüência aumentam em 65% a taxa de filtração glomerular. Nem por isso elas estão em risco para desenvolverem doença renal.

Mas é importante lembrar que, mesmo não havendo comprovações científicas de danos renais com a ingestão elevada de proteína, podem ocorrer outros problemas.
 Quando há excesso de proteína na circulação sangüínea, esse nutriente será degradado e depois armazenado na forma de gordura, contribuindo para o desenvolvimento da aterosclerose e doenças cardíacas. Também pode haver sobrecarga do fígado, por ser o órgão responsável pela metabolização de aminoácidos. Outro agravante é que o consumo em excesso de proteína causa aumento da excreção de cálcio e, portanto, diminui a utilização desse mineral.

Por: Nicolau Nunes

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011


1) DIETAS LOW CARB FARÃO COM QUE VOCÊ SINTA MAIS FOME

VERDADE: não são os carboidratos que nos dão uma sensação de saciedade, mas sim as
proteínas. Estudos realizados pela University College London mostraram que uma dieta rica
em proteína (65%) diminui a fome três vezes mais que uma dieta rica em carboidratos ou
gordura. Isso ocorre, pois, ao seguirmos essa dieta, produziremos altos níveis do peptídeo YY,
que libera sinais para o cérebro informando que estamos satisfeitos.

2) CORTAR CARBOIDRATOS DA DIETA GERA PERDA DE MASSA MUSCULAR:


VERDADE: No início da dieta low carb, o glicogênio armazenado nos músculos é reduzido.
Como ele leva água para as fibras musculares, o nível de água dentro do músculo é reduzido, o
que faz com que ele diminua de tamanho temporariamente.
Mas, depois de alguns dias, o corpo se ajusta a diminuição da ingestão de carboidratos,
criando e armazenando glicogênio a partir de outras fontes. O músculo volta a armazenar água
normalmente, voltando ao tamanho normal.

3) NAS DIETAS LOW CARB PODEMOS COMER ALIMENTOS GORDUROSOS SEM PARAR:

VERDADE: apesar de nãos ser o melhor método, algumas dessas dietas permitem o consumo de alimentos ricos em gordura (como
bacon, manteiga e salsicha), mas, devemos ingeri-los com moderação.
Apesar de apresentarem funções estruturais e serem uma importante reserva
energética do organismo, quando consumidos em excesso, os lipídeos podem gerar até
arteriosclerose (formação de placas de gorduras nas artérias, que podem levar a
derrames e ataques cardíacos).
A melhor opção é escolher alimentos com baixa taxa de gordura saturada e trans e
ricos em ômega 6, ômega 3 e gorduras insaturadas, como em peixes, castanhas, nozes, no
abacate e azeite de oliva, trazendo assim benefícios ao organismo.

4) PROTEÍNAS NÃO PODEM SER USADAS COMO FONTE DE ENERGIA:

VERDADE: as proteínas podem ser usadas como fonte de energia, pois aumentando sua
ingestão, oferecemos fontes alternativas de energia, como a partir da neoglicogênese (na qual
os aminoácidos sintetizam glicose). Percebemos também a importância desse macronutriente
em nossa alimentação quando observamos que os aminoácidos não podem ser sintetizadas a
partir de lipídeos e que a glicose só é capaz de sintetizar uma parte deles.

Por: Jéssica Pedroso