sábado, 22 de janeiro de 2011

                 
             A revista “Scientific American” publicou em maio de 2010 uma reportagem que revela estudos que mostram que carboidratos processados podem aumentar o risco de obesidade, diabetes e doenças do coração mais do que as gorduras saturadas.
                Em março de 2010, o “American Journal of Clinical Nutrition” publicou uma meta análise que comparava a dieta de 350.000 pessoas com seu risco de desenvolver doenças cardiovasculares um período de cinco a vinte e três anos. Com isso, foi concluído que não existe nenhuma relação entre a quantidade de gordura saturada consumida e o risco dessas doenças.
                De acordo com Meir Stampfer, professor de nutrição e epidemiologia na escola de saúde pública de Harvard, o problema da antiga lógica é que o colesterol total não prevê o risco de doenças cardiovasculares. Mesmo que as gorduras saturadas aumentem o nível de LDL no sangue, elas também aumentam o nível de HDL.
                Em 2008, Stampfer foi coautor de um estudo no “New England Journal of Medicine” que acompanhou 322 indivíduos moderadamente obesos por dois anos, enquanto eles adotavam uma de três dietas: uma low-fat, com restrição calórica e baseada na Associação Americana do Coração; a dieta mediterrânea, com restrição calórica, rica em vegetais e pobre em carne vermelha e uma low carb, sem restrição calórica. Mesmo que as pessoas que seguiram a dieta low carb consumissem a maior quantidade de gordura saturada, eles acabaram com proporções mais saudáveis de HDL para LDL e perderam duas vezes mais peso do que os que estavam em dietas com redução de gordura.
                Um estudo realizado em 1997 no “Journal of the American Medical Association” avaliou 65000 mulheres e descobriu que 20% delas, as que ingeriam os carboidratos de mais fácil digestão e com maior índice glicêmico possuíam 47% mais chance de desenvolver diabetes tipo 2 do que as 20% que ingeriam carboidratos com as menores taxas de índice glicêmico. A quantidade de gordura consumida por elas não influenciou o risco de diabetes.
                Esses estudos não concluem que podemos ingerir uma enorme quantidade de gordura saturada sem preocupação. Gorduras monoinsaturadas e poli-insaturadas (encontradas nos peixes e no azeite de oliva) protegem o corpo contra doenças do coração. Também é inquestionável que carboidratos com uma grande quantidade de fibras trazem benefícios ao organismo. Mas, a descoberta de Stampfer sugere que as gorduras saturadas não são tão ruins como imaginávamos, e que os carboidratos processados podem ser piores.


 Por: Jéssica Pedroso

 

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