segunda-feira, 24 de janeiro de 2011


              Cuidados que devem ser  tomados por um indivíduo que adota qualquer dieta que envolva alta perda de pesa num curto período de tempo. As dietas low carb merecem uma atenção especial para esses efeitos colaterais para que não haja um desvio na homeostase do organismo humano.  Seguem abaixo alguns efeitos colaterais das dietas low carb :
  • 1)      Produção elevada de Cetose ( esse tema anteriormente abordado com pouca profundidade será definido mais detalhado no post seguinte pois merece uma atenção especial. )
  • 2)      Sobrecarga do fígado
O cérebro utiliza como principal fonte de energia os carboidratos (glicose), ele .  Porém, as dietas low carb sugerem baixa ou nenhuma ingestão de carboidratos. Num processo normal de alimentação, o organismo realiza um processo de glicólise para produzir glicose. A glicose é a fonte exclusiva de energia que o cérebro utiliza para si. Na ausência dos carboidratos (glicose) em nosso organismo,  inicia-se um processo de gliconeogênese, que é a produção de glicose a partir de outros compostos que não são glicosídicos (no caso, quebra de aminoácidos e dos triglicerídios dos adipócitos) esse processo é válido, porém é mais lento e bem menos eficiente se comparado a utilização de glicose para a obtenção de energia, ocasionando a quebra de seu ciclo bioquímico padrão. Esse processo é realizado apenas pelo fígado e uma parte pequena dos rins. Caso isso ocorra frequentemente, o fígado ficará sobrecarregado podendo causar prejuízos futuros em seu funcionamento.
  • 3)      Efeito “sanfona”
É uma conseqüência comum de qualquer dieta imediatista, que envolva uma rápida perda de peso.  O problema não está na dieta, e sim, em como o indivíduo a realiza. Muitas pessoas, infelizmente, após perderem o peso desejado  abandonam a dieta e retornam aos seus antigos hábitos alimentares, que na maioria das vezes são incorretos. Uma vez que o corpo atinge um determinado peso, ele vai tornar-se “padrão”, logo, o organismo automaticamente realizará o máximo de esforço para retornar àquilo. Isso pode ser explicado pelo fato de as células gordurosas produzirem um hormônio denominado leptina, esse hormônio informa ao cérebro que os estoques de gordura estão preenchidos, e quando há uma perda de peso significativa os níveis de leptina diminuem e o cérebro compreende que é preciso ingerir mais comida para repor a quantidade de gordura no organismo. O organismo necessita de um tempo para acostumar-se com o novo peso.  
  • 4)      Alto consumo de lipídeos
 O corpo humano não possui nenhuma tática de armazenamento de aminoácidos no organismo, logo, ele armazena lipídios nos adipócitos na forma de triglicerídeos como reserva energética, no entanto, o alto consumo de lipídeos pode provocar algumas patologias associadas ao alto índice de gordura no organismo humano. O consumo de alimentos que possuem um alto índice de LDL (lipoproteína que transporta os lipídeos do fígado para os outros tecidos) pode ser um problema. A gordura consumida pode acumular-se nas paredes dos vasos sanguineos, obstruindo-se e prejudicando o fluxo sanguíneo, provocando doenças cardiovasculares como a arteriosclerose.  Estudos mostram também que o alto consumo de gordura aumenta risco de câncer de pâncreas.

Fonte: DEVLIN, Atlas de bioquímica com correlações clínicas.
Journal of the American Medical Association
Por: Arícia Kostouros

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